Ei, o passado já foi!

Somos tão apaixonados pelo passado. Lembra de quanto você saiu com aqueles amigos de 2005? Ou seu aniversário em 2009, como foi incrível? Aquela viagem do ano passado... Que saudades de ser criança. Bom tempo aquele em que minha preocupação era manter minhas bonecas limpas. Nem isso, as vezes. Mas, ah, como pude brigar com a minha prima por aquele motivo? Nem dá para chamar de motivo! E se eu pudesse voltar, nunca teria comprado aquelas roupas lá no nordeste. Tão 'eca'. E aquelas fotos da época do orkut? Benze, já que da internet não dá pra tirar.
Mas o que você está fazendo agora? É, agora mesmo. Ou hoje, na verdade. Nos últimos dias. Trabalhando? Estudando? Vegetando? Pensando sobre o quê? Nem se lembra, né? Cadê a ideia revolucionária e a saidinha semanal? A viagem não planejada? Aquilo que marca? É uma vez por nunca porque é isso que o emprego te permite? Se ele não te deixa viver, talvez seja melhor abandoná-lo mesmo. Ser um nômade digital. Ou hippie, se quiser.

Presente é nada, né? Pois é tudo o que você tem. Não é sempre tão óbvio que o passado já foi e o futuro nunca chega. Mas, olha, querer crescer ou rejuvenescer não vai mudar o que você é agora. E melhor gostar de cada época do que ficar remoendo a década passada (isso não te torna mais jovem). Não era tudo 'tão melhor'. Toda fase tem sua época melhor. Uma viagem legal pode ser repetida. Você pode sair com seus amigos de novo. Vai fazer mais aniversários. E o melhor é não sofrer com tudo isso. Faça um ano melhor do que o anterior e pior do que o próximo. Se dê um motivo pra gostar da sua vida toda. Olhar pra trás e se ver feliz com 8, 15, 18, 21, 25, 30, 34, 37, 40, 48, 50... Sem procrastinar e se vitimizar.
Se a infância é a época mais leve e a adolescência a mais agitada, carregue com você o que teve de bom em cada uma delas. Não por ser infantil. Você pode ser velha e louca. Mallu Magalhães tem tido a alegria como o dom. Adote-a como o seu também.