O céu passa de azul para cinza para laranja para rosa para azul escuro durante as horas de trajeto. A luz do farol fica cada vez mais forte e a neblina, cada vez menos perceptível. Uma bolsa com biscoitos, água e coca cola faz parte dos mantimento de uma viagem de dez horas. Ou por aí. Ver a estrada sem ter que olhar para baixo é tranquilizante. Posso ver onde estou, mesmo sem ter nem ideia. Afinal, nuvem é tudo igual. Qual a diferença delas aqui e daqui a cem quilômetros?
Pausas em pontos estratégicos para banheiro e recompor o estoque de besteiras. Como na marmitex porque me acho mais interessante assim. Caderno de desenho, lápis numero 2. Serras e morros se mostram mais presentes do que aparentam em mapas físicos do país. Então isso são trezentos metros? Na próxima, estarei ali. Nesse alfinete. Nessas outras dúzias também.
Escreve, desenha, fotografa, repete música, joga aquele maldito flappy bird, anota, traça, indaga, marca o mapa, vê sei lá o quê pela janela. Conta placas, vê física quando um carro vem em direção oposta. A velocidade que vemos nele é a soma da nossa velocidade com a velocidade real dele. Isso não dá metade da velocidade de um avião, mas dá o dobro da aventura.
Porque de avião, tudo está pronto e certinho. Tudo à mão. E o banco da frente inclinado somado com o grito das crianças de uma mãe que nunca dorme irrita. No avião, você vê tudo por alto. Literalmente. Não dá pra sentir que em cada quadrado menor que sua unha mora uma pessoa, a não ser que você esteja lá. Então se eu puder evitar a preços, as filas, o choro, o espaçoso da poltrona do seu lado, os documentos, os atrasos, eu vou de carro. Pra sair da minha bolha e conseguir ver o mundo todo do jeito que ele é. E não só pular para o destino.
Posso falar? Tu arrasa tanto em texto aqui, quanto em resposta pra empresa maluca. Amei teu blog! ♥
ResponderExcluirHAHHA ai, muito obrigada ♥ ♥ ♥
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