Não tem lugar melhor para pensar do que uma lanchonete. Sozinha. Tudo é tão simples e automático. Entrar, comer, pagar, fim. Se você pega um refrigerante, pede um copo. Se compra um salgado, pede um guardanapo. É instantâneo. Foi o que fiz, de costume.
É engraçado como você se acostuma com tudo. As paredes vermelhas, pois dizem que essa cor dá fome. As cadeiras coladas no chão, o refrigerador, os canudos coloridos. Peguei dois e coloquei em minha garrafa de vidro de fanta. Variava entre morder e beber um gole. Um amarelo e um rosa. Tenho mania de pegar um de cada cor. Simples.
Observada as pessoas e brincava com suas histórias. Brincava com a vida dos outros, porque a minha já estava sobrecarregada demais. Esgotada, como o resto do refrigerante na garrafa. É mais fácil brincar com o que é incerto. Não que a minha seja lá cheia das certezas.
É engraçado como você se acostuma com tudo. As paredes vermelhas, pois dizem que essa cor dá fome. As cadeiras coladas no chão, o refrigerador, os canudos coloridos. Peguei dois e coloquei em minha garrafa de vidro de fanta. Variava entre morder e beber um gole. Um amarelo e um rosa. Tenho mania de pegar um de cada cor. Simples.
Observada as pessoas e brincava com suas histórias. Brincava com a vida dos outros, porque a minha já estava sobrecarregada demais. Esgotada, como o resto do refrigerante na garrafa. É mais fácil brincar com o que é incerto. Não que a minha seja lá cheia das certezas.
Precisava me distrair. Minha nuca coçava e o gosto na minha boca já não era dos melhores. Pensei em comprar outro refrigerante. E perdi o foco em desviar o foco daquilo. Comecei a ter algumas alucinações. Lapsos de memória, devaneios ou sei lá como posso chamar. Acho que tudo junto. Mas daquelas boas, que nos fazem querer chorar por voltar à realidade. Preferiria ser permanentemente desligada.
Me concentrei em descascar o esmalte já gasto. Ai, droga. Pensei naquilo de novo. Naquele. Naquela. Preciso de um café.
–São R$8,40, mocinha.
Aproveitei para sentar numa praça por perto. Sem rumo, sem expectativa, só o vento e aquele cheiro de pós-chuva. Tranquilizante.
Contei os carros brancos na rua e os maços de cigarro apagado no chão. Coloquei o fone e a música no máximo, mas parece que não existe volume alto o bastante para abafar meus pensamentos. Parece que a dose do R$8,40 vai virar uma rotina mais frequente. Droga. Pelo menos por um momento o gosto é bom o suficiente para me manter longe do celular por tempo o suficiente para relaxar um pouco. Mas é quase impossível. Pelo menos para mim.
Sempre tem aquele figurante que fica cutucando sua costela, querendo fazer parte da cena. Ou você quer que ele queira. Agora no momento não sei dizer se isso é bom ou ruim. Mas para todos os casos, brinco com a história dele também. Bancar a roteirista da minha cabeça é melhor que nada. Acho.
Gostei do texto, bem rotineiro né heheh
ResponderExcluirBjs
Ta rolando sorteio de um livro no meu blog, corra e participe!
theplugados.blogspot.com
Caramba, você escreve bem demais! Gostei muito do texto, de verdade. Parabéns.
ResponderExcluirBeijos
depois-da-primavera.blogspot.com