É caminhando que se aprende

Amigo é aquele que está contigo em qualquer circunstância.

E não precisa o conhecer desde a infância quando brincavam de esconde-esconde. Pode ter conhecido há pouco tempo e já ser um amigo do peito. Ou, pelo menos, a gente torce para que seja. Mas isso só o tempo vai te dizer. O tempo e muita corrida por essa trilha maluca que é a vida.

Quando menor, acreditava que meus amigos eram verdadeiros e eternos. Todos. E minha mãe insistia em me dizer que eu ainda iria me decepcionar muito e que amigos de verdade a gente conta nos dedos de apenas uma mão. Besteira né? Não. Eu deveria ter acreditado no que minha mãe dizia, assim como todas as vezes que decidi deixar o guarda-chuva em casa quando ela me alertava que iria chover. Bobagem, olha como o céu está limpo. E voltava pra casa encharcada. Minha mãe, sentada no sofá só dava risada como se dissesse "eu avisei". Porém as vezes que comecei a retornar da escola e das festas com as mangas - e dessa vez só as mangas das blusas de frio - encharcadas ela balançava a cabeça negativamente, com um olhar triste e vinha me abraçar. Não era chuva. Eram lágrimas.

Foi difícil até eu me acostumar. É complicado se decepcionar. Aquela pessoa que você tanto adora falando mal de você pelas costas ou te virando as dela. Parece que a gente perde o chão. Que tá tudo errado e que a dor não vai passar. Mas eu te garanto que vai.

Assim é a vida. Às vezes dura e pesada. E é exatamente por isso que não podemos ser fragéis. Mas por favor, e nessa parte eu te suplico que entenda: ser frágil é diferente de ser flexível. Permita-se conhecer pessoas, apegue-se a algumas que você acredita que valham a pena. Valorize o poder da amizade. Saiba perdoar. Saiba amar. Saibar amar sempre. Porque o que a vida quer de você não são olhos caídos desacreditados de um mundo sincero. A vida quer que você aprenda com os tombos. Mas, sobretudo, que sempre saiba levantar. E continuar.