Até que ponto uma pessoa 'pode' cuidar da vida da outra?

Ramona e.e

Cada um sabe sobre a própria vida, cada um tem seus motivos, cada um cuidando da sua vida. Cuidar da vida dos outros é uma coisa friamente comum e muitas vezes, um 'mal necessário'. Por que? Porque muitas vezes você não tem força e razão o suficiente de cuidar de si própria sozinha. Isso acontece principalmente quando você é menor de idade e não é emancipado. Quem vai cuidar da sua vida é sua família ou quem quer que seja responsável por você. Colocar as ideias certas na sua cabeça e tudo mais. Claro que nesse ponto também tem limite: A uma certa idade e mentalidade, você já começa a ser racional para decidir suas próprias ideologias. Nisso ou naquilo ninguém pode intervir. Ninguém. 

Mas acontece que você já não é mais criança, já é racional e já pode seguir suas ideias. O que vai tentar te impedir?

Muitas pessoas não saber diferir, mas continua sendo preciso intervir em algumas decisões das pessoas. Ninguém é 100% livre para fazer o que quiser e ainda bem que não são.

Tem gente que tem mania de falar 'ligue o foda-se para os outros' e 'ninguém pediu a sua opinião' e acabam vivendo de nariz em pé e perdendo metade das oportunidades que você poderia agarrar. Não se pode viver dependendo das opiniões dos outros, mas por que desperdiçar um bom conselho? 

Fora pessoas que tem problemas psicológicos, como a depressão. Vez ou outra vão vir ideias na cabeça que podem parecer boas em um momento, mas que viram uma desgraça depois. Suicídio, por exemplo. Coisas que se puder impedir, vai salvar uma vida e com acompanhamento de profissionais, melhorá-la também.

Conselhos, distúrbios mentais, idade... Tem vários motivos para cuidar da vida do outro (no sentido de 'cuidar' para ajudar mesmo), mas tem muito mais para ficar na sua.

Primeiro: A vida não é sua. Se a pessoa quer pular de para-quedas, quer ir pra Las Vegas, fazer aula de violoncelo, pintar a casa de verde... Nada disso vai afetar a sua vida, então não tem nada do que se preocupar.

Segundo: O falatório de alguém não muda o gosto das pessoas. Você não é melhor do que ninguém e não deve tentar converter uma pessoa musicalmente, religiosamente, em questões de estilo e tudo mais. Se eu quiser pintar o cabelo de azul, vão vir mil cães latindo que o natural é melhor e mais bonito. Mas afinal, de quem é o cabelo, de quem é o dinheiro?

Música é um fator bem chato de se discutir. Independente de se ouvir pop, rock, funk, rap, blues, rockabilly, sertanejo, pagode... O ouvido é de quem? Duvido que você tenha alguma coisa a ver com o ouvido dos outros.

Se quiser discutir com alguém sobre alguma pessoa, tudo bem. Escrever sobre, ok. Mas uma coisa é dar sua opinião em cima de algo (ele ficaria melhor se fizesse isso, acho que ele tinha espaço para fazer aquilo e melhorar, etc) outra é tentar mudar a opinião de alguém e projetar todos os seus passos.

Cuide da vida de alguém até o ponto em que isso ajuda a pessoa, não tente alterar sua personalidade e quando as ações dela prejudiquem de alguma a você. Fora isso, é ser intrometido, e de gente intrometida, o mundo está cheio.